Diante do quadro caótico que se estabeleceu na realização do concurso público para o provimento de cargos efetivos da Educação, se não nos cabe julgar, cabe-nos pelo menos conjeturar. O erro parece ter sido sistêmico e as falhas teriam começado a se produzir logo nos primeiros momentos em que se deixou de realizar licitação para a escolha da entidade responsável pela realização do processo seletivo.
No estado de Goiás, como é do conhecimento de todos, instituições como UFG, UEG e UCG, que ficaram preteridas sabe-se lá por que motivo, já foram responsáveis pela execução de tarefas dessa modalidade e, mesmo que falhas tenham cometido, nem de longe, se portaram com semelhante amadorismo. O Instituto Brasileiro de Educação e Gestão (IBEG) precisa então melhorar muito, porque longa será a caminhada, caso deseje se colocar na condição de um bom e sério instituto.
Mesmo tendo arrecadado muito dinheiro, algo em torno de R$ 220 mil reais, ficou provado que o IBEG quis fazer tudo com economia. Para se ter uma noção, pelo serviço de fiscalização, os valores pagos pelo plantão de cada trabalhador variou entre 30 e 70 reais, o que inviabiliza mão-de-obra de qualidade. Os crachás de identificação dos fiscais eram modestos papéis presos a barbantes e o uniforme, camisetas brancas de uso pessoal. Além disso, o treinamento oferecido aconteceu de última hora, mais precisamente, na tarde do dia anterior, o que configura falta de profissionalismo. As provas, que em muitos casos foram iniciadas com uma hora e meia de atraso, por sua vez, não revelaram lá tanta qualidade e o estado do cartão resposta não foi diferente. Quanto ao tema da redação, causou a impressão de ter sido elaborado às pressas.
Causou estranheza, porém, ouvir que o concurso teria anulação parcial, contemplando apenas um bloco do prédio onde teria se dado as suspeitas de irregularidade. Com o barulho, ameaças de invasão, a intranquilidade, o desconforto, a desconcentração foi geral e se estendeu pela cidade, tomando as dependências internas de outros locais onde também acontecia o concurso. O IBEG não conseguiu controlar a situação, nem com a ajuda da polícia, de modo que os candidatos, mesmo os que conseguiram completar a prova, tiveram seus direitos feridos. Portanto, o que se espera de tudo isso é que haja uma profunda investigação e razoabilidade por parte do poder público para que aqueles que pagaram de boa fé não sejam lesados.
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