O funk, que continua na crista da onda, é o modo mais animalesco de dançar e de se "curtir" a vida. Quando mergulhados nesse ritmo, como que contagiados, homens e mulheres simplesmente se comportam ridicularmente como bichos no cio, sem o menor pudor ou receio de ferir o regime protocolar da vida social, as regras da urbanidade, coisas que essa gente provavelmente desconheça inclusive os termos por pura falta de escolaridade mesmo.
No caso das composições, aí é que o bicho pega de fato. Trata-se do modo mais analfabeto de se fazer música, se é que é possível e permitido chamar de música esse barulho ensurdecedor que vem dos bares, dos domicílios, da carrocerias automotivas de todos os preços e modelos, já que esse ritmo não é mais coisa só de pobre, envolvendo agora jovens e velhos dos mais diferentes níveis sociais.
E o funk, a meu ver, tornou-se um problema praticamente patológico, uma questão de saúde pública. É uma espécie de droga, que faz mal para o cérebro do consumidor do mesmo tanto, ou até mais, que as drogas convencionais. Estou falando, é claro, de "créu", "piriguete", "chupa que é de uva", "atoladinha" e outras coisinhas mais, que parecem causar uma espécie de retardamento mental naqueles que ouvem essa barulheira danada.
Pelo que noto, a despeito disso, nas proximas décadas a sociedade enfrentará o mal da surdez precoce. E a culpa, em grande parte, será desse barulho a que estão expostos nossos jovens, consumidores frenéticos, que, quando não estão em uma rave qualquer estão solitários em algum lugar com meio palmo de fone introduzido no ouvido. Já está mais do que provado e comprovado que toda essa tecnologia dos ipods, mp3 (e seus correlatos sucessivos 4, 5, 6, 7, 8, 9 e ad infinitum) são terrivelmente nocivos, já que enfiados na cavidade auditiva, impede o som de reverberar, de modo que afeta diretamente a saúde de tão importante aparelho do corpo humano.
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